Uma vida sem cabeça pela Freguesia

René Magritte



Diminui o passo quando passei pela Freguesia…não digo que não esperava encontrar o melhor, mas não planejava nada. Apenas uma frase me veio na memoria: “As artes antecedem as grandes transformações!” Por que não um salto quântico? Seria um exagero… Não sei, mas era apenas o que eu tinha ou pelo menos aquilo que eu gostaria ter: Artes!
A arte é uma espécie de remédio, mesmo que o uso seja apenas por momentos, quando se tiver aprendido a essência nem se precisará mais dela… Não podemos negar que comigo levava uma multidão, aliás somos todos um!
Depois de uma longa caminhada constatar ser uma sonhadora não era algo tão inútil , já não esperava tanto. Eis então uma frase tão despretensiosa me levara a um caminho totalmente diferente, mas tão desejado. Descobri que quando menos buscamos mais próximo dos verdadeiros desejos nos encontramos.
Andava por um caminho novo aparentemente sem nada, pois quando eu menos busquei encontrei… ou me encontraram, isso já nem importa mais.
Grandes idéias deixam de ser grandes se sonhada sozinha, por isso me vejo grande! Estava aí toda a chave, a união engrandecia, curava. As artes são uma espécie de “droga sagrada” um remédio. Vejo agora muitas pessoas sorrindo, desejando construir algo que não as exijam tanto…isso é vida! A vida é bem simples!
Viver uma vida sem cabeça! Assim estaremos curados. Pois a cabeça exige, e o coração cura, resolve…E só podemos viver uma vida sem cabeça sendo “loucos”, artistas, sonhadores…
Eis que nesse sentimento me entreguei à correnteza. “A maneira de ser Tao é igual a de um curso de água” diz Lao-Tsé Mover-se sem estagnar, como a água sem ambição que corre terreno abaixo. Ambição requer subir no topo, a água não tem qualquer noção do ego. Entregar-se à correnteza é confiar que a vida fluirá, e confiantes nessa entrega tudo acontece exatamente como deveria.
Ana Sieben